quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

SEGREDOS DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

 

(Capa do livro)


Envelhecer: os segredos para uma vida longa, feliz e plena de sentido

Em um lugarejo chamado Ogimi, na ilha de Okinawa, no Japão, existem muitos moradores que vivem mais de cem anos. Além de viverem mais têm muita vitalidade e disposição. Seu sangue apresenta baixo nível de radicais livres. A menopausa é mais suave. Homens e mulheres mantêm níveis elevados de hormônios sexuais até idades avançadas. O índice de demência é mais baixa do que a média da população mundial. 

No podcast mediações, Eugênio Magno dedica alguns episódios a uma leitura comentada do livro, “Ikigai: os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz", de Héctor Garcia e Francesc Miralles. Se você quer aprender os segredos para viver mais e com qualidade de vida, como os longevos hiper-anciãos de Ogimi, clique aqui e ouça o podcast.


domingo, 4 de fevereiro de 2024

CRIME DA VALE EM MARIANA OITO ANOS DEPOIS


Sem ninguém preso pelo rompimento até hoje, mineradora pede mais prazo em ação na Inglaterra.

Bento Rodrigues, Mariana (MG) após rompimento da barragem do Fundão - da VALE -  em 2015
(Foto: Rogério Alves / TV Senado)


Em Londres, Vale consegue prorrogar julgamento sobre crime de Mariana até 2025



Oito anos após o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), e com grande parte das famílias atingidas ainda sem receber indenização, a mineradora Vale pediu à Justiça da Inglaterra que o julgamento sobre a indenização às famílias e comunidades atingidas seja prorrogado por mais três semanas. A juíza responsável pelo caso atendeu ao pedido que, na prática, fará com que o julgamento da ação — prevista inicialmente para ser concluída neste ano — só termine em 2025.
Para ler a matéria completa de Mateus Coutinho para o Brasil de Fato, clique aqui.

(Fonte: Portal Brasil de Fato, Minas Gerais)

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

"PARALELOS DISTÓPICOS" NA CASA DO JORNALISTA

 

Nesta quarta-feira, 24 de janeiro de 2024, às 19 horas, na Casa Matriz, anexo da Casa do Jornalista, acontece o evento PARALELOS DISTÓPICOS, instalação participativa da multiartista brasileira radicada no Uruguai, Eliane Velozo, do Colectivo de Escritura Migrante @escrituramigrante, onde os presentes participarão de uma roda de conversas com apresentação de poesia e  música. 



Os primeiros trinta minutos do evento serão reservados a uma visitação individual da instalação, "O ruído e o tempo", de Eliane Velozo.
Na sequência, haverá uma roda de conversa mediada pela coordenadora do evento, Brenda Marques Pena, com os convidados: Cícero Christófaro, Eugênio Magno, José Antônio Vieira, Maria do Socorro Coelho, Rita Silva, Ronaldo Zenha e Tibério França.
Paralelos Distópicos trabalha a temática do tempo, baseando-se nas distopias que enfrentamos em nosso dia a dia, numa concepção de evento em que o público também poderá interagir.
A entrada é franca e o endereço é: Casa do Jornalista, Av. Álvares Cabral, nº 400, entrada pelos fundos (rua Espírito Santo), no espaço Casa Matriz.



sábado, 20 de janeiro de 2024

CHOQUE ELÉTRICO

A Cemig “compra” dos pobres, a preço irrisório, a energia que revende a todos, a peso de ouro. 


(Capas de Folders da Cemig distribuídos na reunião)

Transferência de Energia: de pobres Para ricos



Eugênio Magno*

Ao participar recentemente de uma reunião da Cemig com a Comunidade Quilombola de Pinhões, no município de Santa Luzia, Minas Gerais, foi possível testemunhar o lado obscuro das chamadas políticas sociais praticadas pelas grandes empresas.

O projeto Cemig nas Comunidades, incrementado em 2019 e anunciado com pompa e circunstância pela empresa, embora bem embalado, não consegue esconder seu lado perverso. É evidente que a jogada, uma espécie de Robim Hood às avessas, toma dos pobres para entregar aos ricos e vender novamente aos pobres a mercadoria reciclada, a terceira linha do produto. É a lógica de reprodução das desigualdades da forma mais matreira possível.

O staff mobilizado pela empresa para essa reunião, foi enorme. No início, havia mais representantes da empresa do que da própria comunidade. Ao final da reunião a empresa, inclusive, formou maioria porque grande parte dos integrantes da comunidade deixaram a quadra onde aconteceu o encontro por não suportarem a desfaçatez com que os tais programas e “benefícios” eram apresentados.

A malfadada reunião, depois de breve saudação de uma representante da comunidade, foi seguida pela apresentação pessoal de algo em torno de uma dúzia de funcionários e terceirizados da Cemig. Os trabalhos foram iniciados por uma agente do projeto com o tradicional “Bom dia”. Como o cumprimento foi respondido pela comunidade de forma quase monocórdica, a palestrante fez aquela tradicional provocação de animadores de auditório: “como é mesmo que se fala, pessoal? – Booom diiia!!!”, na expectativa de uma repetição efusiva da sua mesura, o que não ocorreu.

Numa atitude típica de quem lida com incautos a “animadora” discorreu sobre a necessidade de todos fazerem a sua parte para economizar energia. Usou daquele discurso que conhecemos e concordamos até o ponto em que a economia de eletricidade seja bom para o bolso do consumidor, para o bem do planeta e não para precarizar a vida da população, privatizar estatais e encher as burras de uma minoria de abastados exploradores do povo e das riquezas naturais do país. A coisa foi se tornando insuportável à medida que a didática da agente foi se encaminhando para seu verdadeiro propósito, uma pedagogia prescritiva e autoritária. Não faltaram recomendações de não deixar luzes acesas, tomar menos banho (claro que me lembrei do ex-presidente da república, rifado nas últimas eleições). A palestrante empolgou e falou que tomássemos cuidado com o ferro elétrico, com esse negócio de passar roupa e receitou: “a moda agora é andar amassadinho”. Depois veio a história de trocar lâmpadas tradicionais por lâmpadas de led, para economizar na conta de luz. O discurso é conhecido: “a Cemig vai trocar essas lâmpadas fluorescentes e incandescentes por lâmpadas de led, sem custos – até sete lâmpadas por residência. Boquilha sem lâmpada não tem direito a reposição e a lâmpada antiga será levada para ser reciclada”.

Realmente a substituição das lâmpadas e as orientações para sermos parcimoniosos na utilização da energia faz sentido, gera economia. Mas essa é só a metade da história. A outra metade é que a economia vai para o chamado mercado livre de energia e para os acionistas. Com a economia de energia contabilizada, a empresa passará a fornecer uma menor carga energética a essas microrregiões, e continuará entregando energia de péssima qualidade com manutenção deficitária nas localidades periféricas, para com isso garantir às indústrias, ao agronegócio e aos bairros nobres um fornecimento energético de excelência.

Embora nunca tenha me prestado a serviços comunicacionais de natureza tão vil, senti uma pontinha de constrangimento ao ver o produto final de um trabalho de comunicação e relações públicas, diga-se de passagem, muito bem elaborado, “comprado” pelo pessoal da casa como verdade absoluta e “vendido” para a população sob a aura de bênçãos do alto, com o beneplácito da diretoria da associação que representa a comunidade. E essa é a pior parte. Das megaempresas e do capital, nada podemos esperar. No entanto, passividade e até mesmo leniência dos nossos pares com seus usurpadores traz muita indignação.

Já é a segunda vez que a empresa visita a comunidade com o mesmo propósito: fazer catequese sobre economia de energia, incentivar a troca de lâmpadas e o cadastro para a tarifa social. Acontece que a comunidade tem muitas outras demandas, mais graves e urgentes. A microrregião sofre com variações constantes de tensão na rede e picos de energia diários, independentemente das condições climáticas. Quando ocorre qualquer pane residencial ou acidente na rede elétrica pública, a manutenção é extremamente morosa, pois falta logística. Segundo os trabalhadores – terceirizados (vale frisar) –, a base do plantão fica em outra cidade, cuja localização é diametralmente oposta a Santa Luzia. Se tudo isso não bastasse, pelo menos duas vezes por mês falta energia por cinco, seis horas seguidas. Ao longo do ano acontecem muitas interrupções prolongadas de energia. Algumas duram até 24 horas. E energia é a base de tudo. Se falta energia, falta luz, falta água; fica-se sem telefone e internet. Sem contar que queima equipamentos, estraga alimentos e impede os moradores de trabalhar. Além dos inúmeros transtornos, a baixa qualidade da energia fornecida causa também grandes prejuízos financeiros que nunca são ressarcidos.

Será essa é a Eficiência Energética que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão criado com a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia, quer para o Brasil?

O livro “Power Play”, que trata da luta pelo controle da eletricidade do mundo, da ambientalista australiana, Sharon Beder, denuncia o jogo orquestrado pelas companhias de eletricidade em todo o mundo, inundando escolas e comunidades com livros didáticos e presentinhos para conquistar simpatia. A obra de Beder é uma referência para quem deseja aprofundar e compreender melhor essa questão.

E por falar em livro, o coordenador do projeto da Cemig na região carregava debaixo do braço um livro grosso durante toda a reunião. Disse que o livro contava a história dessa e de outras comunidades, bairros, aglomerados e favelas de Minas Gerais. Pelo que entrevi era um livro grande (pelo menos 21 X 30 cm), de capa dura, colorido, e o miolo parecia ser de papel couché. Ora, a Cemig não é editora, nem instituição de ensino. Então, qual é o verdadeiro interesse da companhia em contar histórias de comunidades? Não sei que fim teve o bendito livro: se foi dado de presente a quem estendeu o tapete vermelho para a empresa ou se voltaram com ele para exibi-lo em outras pregações.

A estratégia dessas grandes organizações é pavimentar a estrada para retirar o controle da eletricidade das mãos do Estado e submeter a população ao vale tudo do mercado e aos interesses meramente lucrativos dos acionistas, jogadores profissionais, sempre à caça do mais novo cassino para fazer suas apostas. E a ironia é que no Brasil privatiza-se empresas estatais para grupos que em seus países de origem são controlados por governos, ou seja, são estatais. Veja o caso da Enel. Basta entrar no Google e digitar: <enel é uma empresa>... que vai aparecer lá pra você: “A Enel é uma empresa com parte do controle estatal. Seu maior acionista é o Ministério de Economia e Finança da Itália. É a maior empresa da Europa em valor de mercado e está presente em 35 países. Seu faturamento em todo o ano passado foi de € 74,6 bilhões”, o equivalente a 399,8 bilhões de reais.

No território brasileiro, a tal da Enel Brasil, que de brasileira não tem nada, já domina os mercados de energia dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Em Minas Gerais o governador, Romeu Zema, quer seguir a mesma trilha de outros estados e privatizar de vez a Cemig, ainda com 51% de ações do Estado, mas que apesar do controle acionário estatal vem operando como se fosse empresa privada.

Vamos colocar as barbas de molho. Se perdermos o controle acionário, o que já é ruim pode ficar muito pior. Será o caos, como o que a Enel deixou acontecer recentemente em São Paulo. A maior cidade do país e uma das maiores do mundo ficou no escuro e sem energia por quase três dias.

É bom lembrar que, antes da Cemig, quem fornecia energia em Minas Gerais eram empresas privadas. Foi Juscelino Kubitschek de Oliveira, quando governador do nosso estado quem criou a Cemig, em 1952, denominada em seu nascimento de Centrais Elétricas de Minas Gerais. Os primeiros trâmites para sua viabilização foram realizados pelo seu Secretário de Viação e Obras Públicas, José Esteves Rodrigues.

Conheci José Esteves de perto. Era casado com a minha prima, Ana (Nenzinha) Lopes Esteves. Imagino que ele deve estar se revirando em seu túmulo, como certamente revira também JK, juntamente com a primeira diretoria da Cemig, Lucas Lopes, Pedro Laborne Tavares, John Reginald Cotrim, Mario Penna Bhering e Mauro Thibau, por conta do desmantelo que fazem dessa empresa que tanto orgulho deu aos mineiros.

 * Eugênio Magno é Jornalista e Radialista Profissional. Doutor em Educação. Autor de vários textos publicados em livros, jornais, revistas e portais. Assessor do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (CEFEP-DF). Produtor e apresentador do podcast Mediações e Editor deste blog. 


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A FILOSOFIA JAPONESA CHAMADA IKIGAI

 # 0015 - IKIGAI: Oncotô


Se você não conhece a filosofia japonesa chamada Ikigai, poderá conhecê-la no episódio #0015 - IKIGAI: ONCOTÔ, do podcast Mediações.
Conhecedores ou não dessa filosofia, interessados em encontrar um sentido maior para a vida, serão brindados nessa edição de Mediações com um passo a passo facílimo de seguir para iniciar a jornada em busca do seu Ikigai.
Para ouvir o episódio, clique aqui.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

LEWANDOWSKI É O NOVO MINISTRO DA JUSTIÇA

 

(Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)


O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, informou ontem, após reunião com o presidente Lula, no Palácio da Alvorada, que assumirá a pasta da justiça.
Avisou aos aliados: "Estou indo para uma nova missão".
Lewandowski substitui Flávio Dino que vai para o STF.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O TREM NÃO É TÃO BÃO QUANTO QUEREM QUE PAREÇA SER

 

(Imagem: Site Uol Notícias)


Balanço do primeiro ano 

do terceiro Governo Lula

O primeiro ano de um governo – qualquer governo –, é um período de créditos e crendices. Dá-se crédito para que o novo governante tome pé da situação, estruture a governança, trace a rota, abasteça a máquina e coloque o trem para andar na direção traçada e esperada. A população põe fé, acredita. Cruza os dedos, cada um reza para o seu santo e aguarda a partida. No nosso caso, a arrancada foi tumultuada, lenta e obstaculizada.
Embora muitos tenham ficado na plataforma e outros nem tenham chegado à estação, o trem partiu, apinhado de gente e com uma parte da tripulação nada confiável. A paisagem não era e continua não sendo das mais agradáveis de se ver. São muitos túneis e precipícios. E o trem parece se mover em slow motion.
O economista que exerceu a função de porta-voz da presidência da república no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, André Singer, professor titular do Departamento de Ciência Política da USP e autor do livro, O lulismo em crise e Fernando Rugistsky, professor de economia da University of the West of England, em Bristol, onde também é codiretor de pesquisa em economia, fizeram um balanço do primeiro ano do Governo Lula, no site A Terra é Redonda.

Eles analisam a situação por dentro e assim também procedo na leitura do artigo e dessa nossa realidade sofrível. Abaixo, um breve trecho do artigo, escrito por dois progressistas (reitero), setor com o qual também estou alinhado, que nos ajuda a compreender a situação:


Após ter vencido à frente de um heterogêneo ajuntamento de salvação democrática, o presidente decidiu entoar a melodia lulista clássica: fazer, no atacado, concessões à burguesia e, no varejo, buscar as brechas por meio das quais consiga beneficiar, em alguma medida, os segmentos populares. Só que o tema vem se desenvolvendo em andamento lentíssimo, tornando duvidosos os movimentos previstos para os períodos eleitorais de 2024 e 2026.*

Nunca é demais lembrar que, apesar de uma breve descontinuidade medonha, este é o terceiro mandato de Lula e lá se vão 15 anos de PT no comando do país. Portanto, falta de experiência política não é. Será que nada foi apreendido ou teremos que “esperar momento mais propício”, mais uma eleição geral para elegermos um parlamento comprometido com as urgentes reformas pelas quais o país grita? Como dizia o doutor Ulysses Guimarães, “se acham esse parlamento ruim, espere para ver o próximo”.
No primeiro mandato de Lula não era tão diferente. Lembram do mensalão? Pois é, ele vem de anos, com nomes diferentes.
Se Lula em 1993 denunciou o toma lá dá cá do congresso que virou até música dos Paralamas do Sucesso – “Luíz Inácio (300 picaretas)”, do LP Vamo batê lata / 1995  –, a maracutaia já era braba imagine agora com 513 e entre eles representantes de milicos e milícias, tráfico, setor financeiro, fisiologismos, populismos e bancadas do boi, da bala e da bíblia?
Em 2024 o governo necessita de apoio irrestrito da população, mas também de muitas críticas, cobranças e povo na rua.

* Clique aqui e leia também a íntegra do artigo de André Singer e Fernando Rugistsky para entender as estratégias que estão sendo adotadas pelo governo.


sábado, 23 de dezembro de 2023

O ANUNCIANTE DO NASCIMENTO DO REI DO NATAL

(Imagem do site da Diocese de São José do Rio Preto)
 
Evangelho, Natal, São João Batista e 
Jesus, O Cristo


Neste Natal de 2023, a mensagem que quero deixar para os leitores do Minas e Gerais é sobre a observância do que se fala, como se fala, qual é a voz que anuncia e qual é a voz que fala, o verbo de Deus.

Consciente de que vozes mais sapientes já falaram sobre esse tema com indiscutível propriedade, recorri ao filósofo, religioso e santo da Igreja Católica, Agostinho, para expressar o valor da fala, da palavra.

Na homilia "Quem virá a ser este menino?", sobre o nascimento de João Batista, o bispo de Hipona (Norte da África), Santo Agostinho anunciou:


"Que maravilha! O mensageiro nasce antes daquele que o fez vir ao mundo. João é realmente a voz e Jesus o Verbo, a Palavra de Deus (cf Mt 3,3; Jo 1,1). […] A palavra nasce primeiro no espírito, e depois suscita a voz que a enuncia; a voz exprime-se pelos lábios e dá a conhecer a palavra aos que a escutam. Assim, Cristo permaneceu em seu Pai, por quem João foi criado, como todas as coisas, mas João nasceu de uma mãe e deu Cristo a conhecer a todos os homens. Ele era o Verbo que existia desde o princípio, antes que o mundo existisse; João foi a voz que precedeu a vinda do Verbo. A palavra nasce do pensamento; a voz sai do silêncio.

Ao gerar Cristo, Maria crê; ao passo que Zacarias, antes de gerar João, é castigado com a mudez. Um sai duma juventude em flor, o outro nasce duma mulher velha, enfraquecida. A Palavra habita o coração daquele que pensa; a voz expira no ouvido daquele que escuta. E talvez seja esse o sentido destas palavras de João: «Ele é que deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). Pois as predições da Lei e dos profetas, surgidas antes de Cristo, qual voz antes do Verbo, continuaram até João, no qual cessam as últimas prefigurações. Seguidamente, a graça do Evangelho e o anúncio de um Reino dos Céus que não terá fim dão fruto e crescem em toda a terra."


Desejo a todas e todos que frequentam este blog, um Natal de muita paz, amor, saúde e harmonia e um Ano Novo cheio de bons acontecimentos.

Que em 2024 - à exemplo de Jesus Cristo -, nossas ações superem nossas palavras.


Aceite meu abraço fraterno,

Eugênio Magno



terça-feira, 5 de dezembro de 2023

DEPREDAÇÃO EM McDONALD'S DE SÃO APULO

 

Loja do McDonald's é depredada no centro de SP

Uma unidade do McDonalds na região da Avenida São João com a Avenida Ipiranga, no centro da capital paulista, foi alvo de depredação e vandalismo na noite de segunda-feira, 4. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), profissionais que fazem entrega de comida por aplicativo se juntaram para depredar a lanchonete, após desentendimento com funcionários.
Para continuar lendo a matéria do Diário do Grande ABC, clique aqui.

(Fonte: Diário do Grande ABC)


terça-feira, 28 de novembro de 2023

A POESIA PULSA POTENTEMENTE

Vivemos um momento extremamente propício para a poesia

(Capa e contra capa do livro Meridianos Poéticos)

Meridianos Poéticos

O primeiro lançamento, no Brasil, do livro, Meridianos Poéticos: Poesia Latinoamericana Contemporânea, pela mareMium - pequeña editorial, da Argentina, aconteceu durante o Festival de Literatura Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH), no Centro Cultural Banco do Brasil. 
A antologia, que tem uma sessão especial de poesias visuais reúne 55 poetas, representando dez países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Itália, Nicarágua, Portugal, Uruguai e Venezuela, teve curadoria e organização das poetas, Brenda Mar(que)s Pena (Brasil) e María Laura Coppié (Argentina). Este escrevinhador está entre os poetas brasileiros participantes da publicação.


(Eugênio Magno e Brenda Mar(qu)es Pena)

Meridianos Poéticos foi lançado inicialmente, nos primeiros dias do mês de novembro, no "VI Encuentro Internacional de Escritura Migrante", numa intensa programação em Buenos Aires e La Plata, na Argentina e em Montevidéu e Sacramento, no Uruguai.
Interessados em adquirir o livro podem fazer a sua solicitação pelo e-mail: escrituramigrante@gmail.com. 


Aroldo Pereira lança "Parangolares" em BH

 

Em Parangolares, segundo livro da trilogia “Parango”, o poeta, Aroldo Pereira, revisita lutas e homenageia os deserdados da sociedade, através de memórias e vivências junto ao artista plástico Ray Collares, de quem foi amigo ao longo da vida. 

Raimundo (Ray) Collares (1944 – 1986) foi um pintor e desenhista, nascido em Grão Mogol, que residiu em Montes Claros em vários períodos da vida. A obra de Ray Collares reúne tendências como o construtivismo e a arte pop.
Sempre à frente do seu tempo, Ray conquistou admiradores em vários países onde ele viveu e construiu projetos.
O lançamento será na próxima sexta-feira, 1º/12/23, de 19 às 22 horas, na Casa da Floresta, rua Silva Ortiz, 78, bairro Floresta, Belo Horizonte, MG.


Dois livros de José Hilton Rosa




O escritor José Hilton Rosa, lança dois livros: Primavera, aprendendo na escola (infantil) e O peso da cor (poesias).
O evento será dia 17 de dezembro, domingo, de 10 às 13 horas na Livraria Jenipapo, que fica na rua Fernandes Tourinho, 241, na Savassi, em Belo Horizonte, MG.
A confraria de Poetas de Belo Horizonte, juntamente com Pajo BH Humanidades, convidam os poetas da cidade e região e o público em geral para um sarau poético que acontecerá durante o lançamento.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

CALOR INSUPORTÁVEL, CHUVAS DESTRUIDORAS E FALTA DE LUZ E ÁGUA (???)


(Foto: Chuva-tempo meteorologia)                            (Foto: Ed Connor/Shutterstock)


Sobre outros países não posso falar mas, no Brasil, é clara e notória a sobra de calor do sol e de água da chuva. E, o pior, toda essa fonte de vida e energia, além de ser desperdiçada, vitimiza a população de variadas formas.

Desde que me entendo por gente ouço falar sobre a necessidade de cuidar do planeta, dos perigos do aquecimento global, etc. Já passei dos 60 e nada mudou: queimadas, chaminés; poluição atmosférica provocada por veículos terrestres, aéreos e aquáticos; assoreamento e contaminação de rios, córregos e nascentes; erosões em razão de ocupação e exploração indevida do solo, e mais uma série de crimes ambientais prosperam descontroladamente.

O planeta há tempos dá sinais de alerta sobre suas condições, e seus sinais têm sido cada vez mais catastróficos. Cientistas do mundo inteiro divulgaram sistematicamente estudos dando conta do que nos esperava no futuro se continuássemos agindo como agíamos. O futuro chegou e continuamos com as mesmas práticas predatórias. 

Com todo o avanço da ciência e da tecnologia - em vários campos -, a forma como se coleta água e se produz energia para o abastecimento sofreu pouquíssimas alterações. Continuam sendo realizadas como há séculos atrás.

Enquanto os mais pobres padecem da falta de comida, de água e de energia, à despeito da abundância de terras, alimentos, calor e chuva, os mais ricos seguem explorando tudo o que vive por aqui e prospectam a possibilidade de vida em outros planetas, numa clara demonstração de que ao restante da população restará apenas terra arrasada.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

PRIVATIZAÇÃO RIMA COM APAGÃO

 

(Foto: Brasil/ IG)

São Paulo no escuro

Até hoje tem gente sem energia em São Paulo, em razão do apagão iniciado no último final de semana.
Os moradores de uma das maiores cidades do mundo ficaram sem luz, banho, metrô, internet e otras cositas más, por mais de três dias, após as fortes chuvas que caíram sobre a cidade. 
A Enel, empresa privada responsável pelo fornecimento de energia em vários municípios do Estado de São Paulo, apesar de aferir grandes lucros, não tem dado conta de atender a contento as demandas da população que contabiliza muitos prejuízos com o acontecido.
Essa é uma demonstração cabal da falta de visão que representa as privatizações de empresas de interesse público. Isso, num momento em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, quer privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também anunciou sua intenção de privatizar a Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (CEMIG) e a Companhia de Saneamento do Estado, COPASA.
Ninguém engole mais o discurso privatista de empresas de energia e de estatais que prestam serviços essenciais à população. As provas estão aí: empresas estatais são vendidas na bacia das almas e as empresas privadas quando as assumem demitem grande contingente de funcionários, aumentam preços, enchem as burras de seus acionistas, prestam péssimos serviços e quando se veem em dificuldades recorrem ao Estado, pedindo socorro.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

CARRETAS USAM ACOSTAMENTO DA MG-020 PARA ESTACIONAR

 

(Foto: Domminic Arcanjo / Noticiando Santa Luzia)

Já faz algum tempo que carretas estão fazendo do acostamento da MG-020 - estrada que liga Belo Horizonte a Santa Luzia -, local de estacionamento.
Virou rotina encontrarmos, em qualquer horário, inclusive à noite, em vários trechos da Rodovia Estadual MG-020, carretas enormes, e em fila, não apenas paradas, mas estacionadas, com parte das rodas do lado esquerdo, ocupando a pista.
Na semana passada, uma moradora de Santa Luzia morreu, vítima de acidente envolvendo uma dessas carretas.
Sem entrar no mérito de outras causas do acidente, até porque não apuramos os detalhes periciais, sobra indignação contra todos os responsáveis por essa situação. 
É inaceitável a imperícia de motoristas que usam o acostamento para estacionar, a falta de estratégia logística das empresas de transporte e a incapacidade operacional e irresponsabilidade das empresas que recebem tais cargas e não dispõem de pátios para receber os caminhões. 
Diante dessa grave situação fica difícil entender também porque a Polícia Rodoviária Estadual de Minas Gerais ainda não tomou providências no sentido de retirar de uma vez por todas essas carretas do acostamento e não permitir que haja reincidência.

quarta-feira, 8 de março de 2023

8 DE MARÇO, DIA DA MULHER

Com o poema dedicado à filha, Geovana e a foto da netinha, Manuella, homenageio todas as Mulheres no seu dia

 


GEOVANA

Geralda, Wilma, Nílcia, Maria, Odete, Lucília

mãe, mulher, irmãs e filha

Geovana

E outras tantas e tontas meninas

( . . . )

eternas minas

de ouro e tintas

Geovana Chama

nana

nenê


(Do meu livro, IN GÊ NU(A) IDA DE - versos e prosa, 2005, pág. 35)


quarta-feira, 1 de março de 2023

VIVA O RIO DE JANEIRO!!!

 

(Cartão Postal: Divulgação / Turismo)


458 Anos da Cidade Maravilhosa

Museu de Arte do Rio (MAR) e Museu do Amanhã - Praça Mauá 
(Alexandre Macieira / Riotur)

A cidade do Rio completa 458 anos nesta quarta-feira (1º de março de 2023) com atrações gratuitas para a população até o fim de março. O destaque da programação de aniversário da cidade é a Maratona Cultural Carioca com atividades em diversos equipamentos culturais espalhados pela cidade.

As atrações vão até o final do mês. 

(Fonte: Brasil de Fato)


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

SERTÃO MINEIRO NO CINE SANTA TEREZA

 Nesta quinta-feira, 23 de fevereiro, às 19:00 horas, acontece a exibição do filme "U ômi qui casô cua mula", cordel de Téo Azevedo, adaptado e dirigido por Eduardo Brasil


O diretor, Eduardo Brasil afirma que “Contar essa história é trazer para o cinema um pouco de nossas lendas e crenças, os ‘causos’ que habitam o imaginário de nossa gente. É o cinema catrumano. É nossa gente na tela, divertida como numa poesia de cordel”. 
No elenco estão Bira Moreira, no papel de Zé do Jegue; Celso Figueiredo, que vive o beato Santilino; Alik Popof, o carroceiro; Diógenes Câmara, o padre Tobias; João De Nucha, o contador de história; o diretor, Eduardo Brasil, que interpreta o dono de boteco, Seo Filó. Vários músicos da região se fazem presentes no filme cantando e tocando ao vivo. Entre eles: Valdo e Vael, Kadu da Viola, Sanfoneiro Mestre Nilo, Tone Agreste, Fernanda, Tércio, Ana Azevedo e o próprio Téo também aparece cantando um calango.


Um dos destaques do filme é o elenco animal, estrelado pela mula, Princesa Epona e pelo jegue Sarapião, além de vários figurantes como burros, cavalos e galinhas.
Após a exibição de "U ômi qui casô cua mula", Téo Azevedo canta umas modas de viola e lança seu novo livro "Léxico Catrumano". 
Os ingressos podem ser reservados pelo link diskingressos.com.br no site do Cine Santa Tereza e retirados a partir das 18:30 horas, nas bilheteria do cinema.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

OBJETOS VOADORES NÃO IDENTIFICADOS ?

(Navios e mergulhadores dos EUA ainda estão à procura de destroços de um balão abatido na costa da Carolina do Sul - GETTY IMAGES)

As perguntas sem respostas sobre os objetos voadores derrubados pelos EUA

A derrubada pelos Estados Unidos de uma série de objetos voadores não identificados (óvnis) que sobrevoavam a América do Norte nos últimos dias levantaram preocupações de segurança e acirraram as já tensas relações entre os governos americano e chinês.

No domingo (12/2), os EUA anunciaram que derrubaram o quarto objeto não identificado sobre seu território apenas neste mês.

A ordem veio do presidente americano, Joe Biden, e o objeto foi abatido perto do Lago Huron, na fronteira com o Canadá.

Leia a matéria na íntegra no site da BBC News Brasil.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

U ÔMI QUI CASÔ CUA MULA

 


Cordel de Téo Azevedo, adaptado para o cinema por Eduardo Brasil

No dia 23 deste mês, será exibido no Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte, o filme "U ômi qui casô cua mula". 

A história é baseada num causo transformado em poema pelo cordelista e violeiro, Téo Azevedo. O cordel catrumano foi adaptado para a linguagem audiovisual e dirigido pelo teatrólogo, Eduardo Brasil, grande referência como ator, diretor e produtor de teatro em Montes Claros e Norte de Minas, que estreia no cinema.


O filme,
 rodado em Guaraciama e Alto Belo, sertão de Minas Gerais, tem no elenco e na ficha técnica apenas estreantes em cinema. Trata-se da primeira produção cinematográfica realizada exclusivamente por montes-clarenses. Segundo o diretor, Eduardo Brasil, "U ômi qui casô cua mula" é um filme singelo e despretensioso, uma simples transposição do cordel para o audiovisual que se valeu muito da sua experiência teatral.

Nesta exibição em BH, no próximo dia 23, Téo Azevedo irá lançar também o seu novo livro "Léxico Catrumano", com 12 mil verbetes e cantará algumas modas de viola. 

Em breve, daremos mais informações sobre o filme, horários, retirada de ingressos, etc.


sábado, 28 de janeiro de 2023

AMIRT SEGUE COM AS COMEMORAÇÕES DOS 100 ANOS DO RÁDIO NO BRASIL

 Revista da AMIRT está de volta

(Capa da Revista da AMIRT, Ed. Nº 210)

No dia 25 de setembro do ano passado, comemoramos 100 Anos do Rádio no Brasil, mas as comemorações continuam ao longo deste ano de 2023. 
A Associação Mineira de Rádio e Televisão (AMIRT) realizou um grande evento no dia 27 de setembro de 2022, no foyer do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.
Em dezembro de 2022 a entidade lançou uma nova edição da Revista da AMIRT que estava fora de circulação há bastante tempo.

(Página 11 da Revista da AMIRT, Ed. Nº 210)

Nesta edição da revista, várias matérias sobre passado e futuro do rádio, notícias do meio, cobertura completa do evento comemorativo do centenário do rádio em nosso país, Relatório de Gestão AMIRT: 2019-2022 e várias homenagens recebidas e feitas pela entidade.
Para este ano de 2023 vários eventos estão programados. Para acompanhar a programação acesse o site da AMIRT
Em destaque, o Podcast 100 Anos do Rádio no Brasil. Personalidades do meio homenageiam o rádio em vários episódios do podcast. 
Abaixo o link da entrevista com o radialista Eugênio Magno, fundador e primeiro presidente do Grupo de Profissionais da Voz - VOZES DE MINAS (2003-2006) e atualmente Conselheiro de Ética do Grupo:
Ouça a entrevista, clicando aqui.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

REVISÃO DA VIDA TODA APROVADA NO STF

O plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu a favor dos segurados do INSS e validou a “revisão da vida toda”, que trata de mudanças nas regras para cálculo do benefício

(Foto: DINO)


STF aprova revisão da vida toda pelo INSS

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu no dia 1º de dezembro de 2022 a favor dos aposentados pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social e validou a “revisão da vida toda”. A pauta trata de mudanças nas regras para cálculo de benefício previdenciário. A notícia só está ganhando repercurssão agora.
Para mais detalhes leia a matéria do jornal Valor Econômico clicando aqui.

(Fonte: Valor Econômico / João Financeira / DINO, by Knewin)

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O BRASIL É DE TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS

 

(Imagem: "Bandeira Rachada" - Site Sindsep-PE)


O confisco de Deus e o sequestro da República

Eugênio Magno

Até as verdades bíblicas estão sendo truncadas e destroçadas por cristãos que preferem mitos à verdade de fatos protagonizados e narrados, diariamente, com soberba e sarcasmo pelo disseminador do ódio e sua seita de fanáticos.

O otimismo e a força que move o povo brasileiro sofrido deu origem à máxima “Deus é brasileiro”. Em tempos bolsonaristas, até isso foi retirado a quem só restava a fé e a esperança em dias melhores. Deus se tornou propriedade privada de uma turba de políticos aloprados que se dizem defensores da família e dos bons costumes, mas que carregam a bíblia em uma mão, uma arma de fogo na outra, a perversão nas entranhas, a maledicência na língua e a maldade no coração. O verdadeiro cristão, em seus louvores, reza com o salmista: O Senhor é bom para todos; a sua compaixão alcança todas as suas criaturas.

Acontece que tomaram de assalto, além de altares e púlpitos, também a república e os símbolos nacionais. A propósito do sequestro da Bandeira Nacional e da camisa da Seleção Brasileira, pelo atual governo, me veio a lembrança de quando criança, em Montes Claros, Sertão de Minas Gerais, costumávamos brincar de Rouba Bandeira, na rua onde morava.

A brincadeira era um jogo entre dois times. Cada um tinha a sua bandeira. O objetivo era entrar no território do outro time, roubar a bandeira e trazer para o seu território, sem ser pego pelos jogadores adversários. O jogo tinha muitas regras e nós as respeitávamos. As “bandeiras” eram pedaços de pano ou nossas próprias camisetas. No final, independentemente de quem tivesse vencido a competição, as camisetas eram devolvidas e até os pedaços de pano voltavam para as casas de onde saíram. Ora ganhávamos, ora perdíamos. De vez em quando surgia uma discussão, uma briga, mas não passava disso. Nos entendíamos. Não havia juiz e Deus não era propriedade de time algum, não jogava, nem torcia para nenhum lado.

Esses poucos dias que antecedem o segundo turno das eleições é tão decisivo para o futuro que não consigo deixar de trazer à memória o passado de uma geração que cresceu à sombra dos coturnos militares, viveu as agruras de um país subdesenvolvido que acreditou no progresso como milagre e construiu o futuro às custas do endividamento e do arbítrio. Compreender como nossa história vinha sendo escrita foi um grande desafio para a juventude desse período obscuro. Depois dos anos de chumbo, respiramos o ar da Nova República e ganhamos uma Constituição Cidadã em 1988. E o que era sonho logo se tornou pesadelo: superinflação no governo Sarney, confisco da poupança e escândalos no desgoverno Collor. Nos tornamos adultos imaturos e quase não percebemos que a inocente competição infanto-juvenil, limitada às brincadeiras e ao esporte, havia se transformado em descabida ambição, em meio a uma grave perpetuação dos privilégios de classe. Foi difícil para cada um de nós tomar seu rumo e achar sua nova turma.

Para os que optaram pela subserviência sobraram algumas migalhas em troca da mais indigna condição serviçal: a de capitães do mato.

Em meio a farra e os desmantelos do alagoano, que se autoproclamou “Caçador de Marajás”, os meninos e meninas, de origem proletária, nascidos no final dos anos 1950 e início da década de 1960 já não brincavam mais, trabalhavam. A abertura política e a nova carta constitucional iluminou o horizonte de alguns para a consciência de classe. Outros, muitos outros, se perderam no caminho, apesar de tantas canções, peças, livros e filmes.

Nos idos de 1990 muitas famílias novas se formaram e a luta para sobreviver mantendo coerência e dignidade se mostrou renhida. Afinal, desde os tempos coloniais, o Brasil só foi Pasárgada para uma minoria de endinheirados – grileiros do Estado.

Vivemos e testemunhamos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, a duras penas e, apesar das inúmeras concessões ao capital, sedimentarem as bases republicanas de um Estado Democrático de Direito. E contribuímos para que o país, a contrapelo dos vícios nas engrenagens dos poderes político e econômico vivesse, pelo menos, uma dúzia de anos de progresso econômico e social. No período de 2003 a meados de 2016 foi possível, entre outras realizações, acabar com a fome e gozar de grande prestígio internacional, com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Mas toda moeda tem seu lado reverso e as elites não se fizeram de rogadas. Mesmo com uma grande acumulação de riquezas, durante os governos petistas, os poderosos se incomodaram com as cotas nas universidades, as políticas de direitos humanos, as ações afirmativas e a mobilidade social promovidas por Lula e Dilma e cruzaram a linha da moral, da ética e da legalidade. Trataram de dar um golpe em Dilma Rousseff, maquiado pelo parlamento como impeachment. Arregimentaram um juiz arrivista, setores do judiciário e do Ministério Público se locupletaram e os barões da mídia orquestraram a encenação. Púlpitos neopentecostais – católicos e evangélicos – “abençoaram” a narrativa posta, e a deep web cuidou de infestar o país e dobrar a opinião pública com toda a espécie de sordidez. Lula, o maior líder popular brasileiro foi tirado da disputa eleitoral em 2018 e preso. Deu no que deu... Jair, (o falso Messias) Bolsonaro, foi eleito. Hoje, acuado, diante dos vários processos que cairão sobre ele se perder as eleições e a imunidade, joga o jogo mais vil, jamais visto em nossa história republicana, para permanecer no poder e garantir privilégios e o Sigilo de 100 Anos.

Não consigo dizer se é triste, decepcionante ou vergonhoso saber da existência de tanta gente – pobres, inclusive – e muitos outros, de várias classes sociais que apoiam a barbárie e àquele que se arvorou a sequestrar os bens mais preciosos do nosso país. As Forças Armadas, porque brasileiras e patrimônio da Nação, por exemplo, jamais poderão estar a serviço de governos, contra mais da metade do povo brasileiro, como quer o presidente-candidato. A nossa padroeira, Nossa Senhora Aparecida, seu templo e seus devotos ressentem, profundamente, a profanação sofrida pelos arruaceiros bolsonaristas e Jesus não pode continuar com uma arma apontada para a sua cabeça como refém de fariseus que ameaçam crentes esclarecidos e já decididos pelos valores do Evangelho.

Diante de tudo o que vivemos nos últimos quatro anos é inacreditável que o eleitor lúcido esteja com dúvida em quem votar. Repare que nem falamos de assassinatos de opositores, tentativas de homicídios, ameaças várias, bandidos aliados, recepção de policiais à bala, imobiliária e fábrica de chocolate operando com dinheiro vivo, rachadinhas, centrão, orçamento secreto, obsessão sexual de pastoras e pastores aliados, compra de votos, insinuações pedófilas, intolerância, misoginia, homofobia, racismo, 686 mil mortos na pandemia, indústria de fake news, o desastre econômico, ataque ao salário mínimo e aos aposentados... A lista é infindável.

Chega. A hora é de partir pra cima. Sem essa de cair no conto de líderes espirituais, pastores e vigários picaretas com suas chantagens diabólicas. Se somos um povo verdadeiramente religioso, dia 30 de outubro, vamos todos votar e votar pelo bem, pela paz. Só assim Deus mostrará a sua verdadeira face para todos os brasileiros e brasileiras.

Pela qualidade da nossa geração, vamos demitir o ódio, recuperar a paz, o respeito, a cidadania e a civilidade. Vamos pegar de volta a Amazônia, a Farmácia Popular e muito mais: a dignidade, o respeito, a democracia, nossas cores e a nossa bandeira.